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20 de Abril de 2024
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    Professor norte-americano fala no TJ sobre violência doméstica

    há 9 anos

    “Onde estão os homens? Combatendo a Violência Doméstica.” Esse foi o tema da palestra proferida na segunda-feira, 5 de outubro, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), pelo professor e ativista norte-americano Quentin Walcott, codiretor executivo da Connect, organização sem fins lucrativos dedicada a prevenir a violência interpessoal em Nova York. A atividade, realizada pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) em parceria com a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), reuniu magistrados, servidores e convidados.


    Nos últimos 18 anos, Walcott tem combatido a violência contra mulheres por meio de programas educacionais e projetos que visam transformar homens, adolescentes e meninos em aliados e ativistas contra as várias formas de violência.


    Em sua apresentação, o ativista ressaltou que a violência doméstica tem a ver com estratégias de controle e poder e, muitas vezes, aquela praticada por homens contra mulheres é culturalmente aprendida. A interrupção do ciclo de agressões também passa pela reeducação do agressor.


    Ele falou do trabalho desenvolvido pela Connect, que passa pelo envolvimento e engajamento de jovens, adolescentes e meninos, pelo atendimento às vítimas de violência doméstica e pela orientação de crianças que, de alguma forma, testemunharam episódios de violência. Walcott destacou que é importante, além de prevenir casos de violência, investir no engajamento dos homens de forma a transformar suas atitudes e crenças. Segundo o palestrante, um percentual muito pequeno dos casos de violência contra mulheres é reportado.


    Vítimas


    O professor contou que, no trabalho desenvolvido com crianças que de alguma forma presenciaram cenas de violência, percebia-se que as mães eram responsabilizadas por seus filhos estarem envolvidos naquele processo, enquanto os homens ficavam livres de qualquer responsabilização. Aquelas mães, no entanto, são tão vítimas quanto seus filhos, ressaltou.


    Ainda nessa linha, disse que o sistema judiciário era eficiente para alguns casos, enquanto para outros se mostrava ineficiente, tendo em vista questões sociais, culturais, econômicas. Para a Connect, entender esse funcionamento dependia de um elo faltante – o engajamento dos homens. Trabalhar com as vítimas, apenas no sentido de prestar uma assistência e colocar um curativo nas feridas, de forma alguma estaria abordando as causas da violência, ressaltou.


    Para Quentin, embora o trabalho de assistência social tenha sua importância, não se deve atuar somente na seara da sobrevivência; é preciso agir tanto na intervenção quanto na prevenção. Ele apresentou os índices “alarmantes” de violência medidos há 13 anos na região central do Brooklyn, maiores que os de outras partes dos Estados Unidos. Também observava-se uma inquietude social quanto à ação da polícia em relação aos homens negros. “Verificamos que a violência doméstica estava relacionada a vários outros problemas sociais. Começamos então a intervir com um trabalho de pesquisa e ações comunitárias”, observou.


    O palestrante explicou que no ambiente comunitário é possível verificar como o homem percebe a mulher e como se estabelecem o poder e a submissão. Por meio das conversas, percebe-se a forma com que os jovens constroem seus conceitos. Abordou ainda a situação das vítimas, explicando que algumas conseguem sair logo de uma situação de violência, outras demoram um pouco mais, e há aquelas que nunca conseguem se livrar daquela situação.


    Entre outras questões, o palestrante falou dos programas que buscam educar os meninos de modo que eles vejam as meninas como parceiras e aliadas.


    Para a coordenadora da Consiv, desembargadora Evangelina Castilho Duarte, a iniciativa de trazer Quentin Walcott para abordar esse tema foi muito importante: “Trata-se de homem que combate a violência contra a mulher, sob uma perspectiva masculina, ou seja, de conscientização do homem para a igualdade”. Foi muito importante, também, conhecer o que é feito em outros países, como a questão da igualdade entre gêneros é encarada e como é combatida a violência, completou.

    Mesa

    Compuseram a mesa o palestrante, Quentin Walcott; o 2º vice-presidente do TJ e superintendente da Ejef, desembargador Kildare Carvalho; o coordenador pedagógico da Ejef e ex-vice-presidente do TJ, desembargador José Fernandes Filho; a superintendente da Comsiv, desembargadora Evangelina Castilho Duarte; e o cônsul dos Estados Unidos em Minas Gerais, Brian Bauer. Também prestigiaram o evento, entre outras autoridades, a desembargadora Kárin Liliane de Lima e Mendonça e o juiz da 13ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Relbert Chinaidre.

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