Crianças acolhidas assistem a espetáculo

Luzes, cores, sons, movimentos. A tarde de hoje, 12 de dezembro, foi dedicada à arte para cerca de 300 crianças e adolescentes que vivem em instituições de acolhimento de Belo Horizonte. Os jovens, entre quatro e 18 anos, estiveram pela primeira vez no Palácio das Artes, onde assistiram ao espetáculo Oríkì, apresentado pelas crianças que integram o Corpo Cidadão, entidade sem fins lucrativos ligada ao Grupo Corpo Companhia de Dança. Durante quase duas horas, crianças e adolescentes se inspiraram nas coreografias que abordaram a formação do povo brasileiro, suas raízes e diversidades.

A ida dos jovens abrigados ao espetáculo Oríkì reforça a intenção do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e do Corpo Cidadão de firmar uma parceria que beneficie crianças e adolescentes que vivem nas instituições de acolhimento da capital. Muitos foram retirados do convívio familiar por terem sofrido negligência, violência ou abandono. Alguns esperam a melhoria das condições familiares para o retorno; outros aguardam uma família substituta para a adoção. “Queremos despertar o interesse das crianças para a arte. A parceria com o Corpo Cidadão vai permitir que esses jovens participem de oficinas de música e dança”, explicou o desembargador Wagner Wilson, superintendente da Coordenadoria da Infância e da Juventude do TJMG.

Dignidade

A coordenadora geral do Corpo Cidadão, Miriam Pederneiras Barbosa, confirmou o interesse na parceria. “Ainda estamos conversando sobre esse trabalho conjunto. Precisamos formar mais equipes e queremos começar devagar. A atuação com o Tribunal de Justiça, no entanto, atende à proposta do Corpo Cidadão, que é a de permitir a vivência da infância com alegria e dignidade, como deve ser”, afirmou. A coordenadora da entidade explicou que as crianças que integram o Corpo Cidadão vivem na periferia. “Elas são muito talentosas e têm potencial; precisam apenas de oportunidade”, disse.

O espetáculo Oríkì foi encenado por cerca de 250 das 600 crianças que frequentaram as atividades do Corpo Cidadão ao longo do ano. Na plateia, além das crianças que vivem nos abrigos de Belo Horizonte, estavam crianças e adolescentes de escolas públicas e de projetos sociais. Ao todo, foram distribuídos 1,6 mil convites. Oríkì é uma saudação, um elogio, de origem africana, da língua iorubá, que se refere a uma qualidade sempre excelente de uma pessoa. A palavra era usada para inspirar o recém-nascido em função das circunstâncias de seu nascimento.

Envolvimento

“Nunca tínhamos vindo a uma apresentação como essa”, afirmaram Bruna e Ana Clara, de 6 e 5 anos, respectivamente. Jéssica, 15 anos, afirmou que o espetáculo foi muito melhor do que ela imaginava ou esperava. “Foi uma experiência única. Valeu muito a pena. Eu fiquei apaixonada. Foi a primeira vez que vim ao Palácio das Artes”, disse. Aline, 16 anos, também se surpreendeu com o envolvimento dos jovens artistas. “Fiquei impressionada com as crianças bem pequenas que se apresentaram. Também achei bom ver os adolescentes participarem”, opinou.

Atualmente, o TJMG já desenvolve o projeto “Harmonia Musical”, que prevê a realização de oficinas de música para as crianças abrigadas. Segundo o desembargador Wagner Wilson, o objetivo da Coordenadoria da Infância e da Juventude é, em parceria com outras entidades, estender o projeto, oferecendo aulas de outras formas de expressão artística. Futuramente, a meta é envolver também os adolescentes em conflito com a lei.

Assessoria de Comunicação Institucional - Ascom

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