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27 de Abril de 2024

Maxilar fraturado durante extração de dente gera indenização

há 10 anos

Um dentista deve indenizar em R$ 5.443 um paciente que sofreu fratura em seu maxilar durante cirurgia para extração de um dente de siso. A 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou a sentença da comarca de Divinópolis, Centro-Oeste de Minas.

J. conta nos autos que, quando passou o efeito da anestesia, sentiu dor muito intensa. Além disso, sua boca estava visivelmente inchada. Por isso, procurou atendimento médico e ficou constatado que ele havia sofrido uma fratura no maxilar em decorrência da cirurgia. J. abriu processo administrativo contra o profissional no Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG) e procurou a Justiça a fim de ser indenizado pelos prejuízos.

O dentista alegou que não cometeu ato ilícito, que o paciente já tinha propensão à fratura e que não houve fratura completa do maxilar, mas apenas uma trinca. Afirmou ainda que o procedimento realizado foi de alta complexidade e que a perícia feita pelo CRO-MG não constatou imperícia, imprudência ou negligência.

O juiz da 5ª Vara Cível da comarca de Divinópolis, José Maria dos Reis, entendeu que o laudo emitido pelo CRO-MG foi claro no sentido de que fratura em mandíbula é um acidente que pode ocorrer, mas é raro. Em razão de tal possibilidade, caberia ao dentista informar para o paciente sobre o eventual risco, o que não ocorreu, afirmou. E determinou que o dentista indenizasse o paciente em R$ 5.443, sendo R$ 5 mil pelos danos morais e R$ 443 pelos danos materiais.

Inconformado, o dentista recorreu da decisão. Ele alegou sua não culpabilidade e solicitou produção de perícia judicial, mas a relatora do recurso, desembargadora Márcia de Paoli Balbino, negou o pedido e manteve a sentença. Ela entendeu que o apelante não requereu a produção de perícia judicial em nenhum momento do processo, inclusive nas audiências realizadas, quanto teve a oportunidade de fazê-lo. O dentista solicitou apenas a expedição de ofício junto ao CRO-MG para que fossem prestadas informações acerca do processo administrativo que foi instaurado em seu desfavor, afirmou.

E continua: os efeitos do ato lesivo ao paciente foram de média proporção, embora a fratura de seu maxilar tenha sido incompleta, ele vivenciou transtornos e em decorrência da fratura está sujeito a se submeter a novos tratamentos para sua recomposição. O grau de culpabilidade do profissional foi médio, porque, embora tenha prestado assistência ao paciente após a ocorrência dos fatos, não tomou os cuidados técnicos necessários na execução do procedimento de extração para que a mandíbula do autor não fosse fraturada, agindo com imperícia.

Os desembargadores Leite Praça e Evandro Lopes da Costa Teixeira votaram de acordo com a relatora.

Veja o acórdão e acompanhe a movimentação processual.

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